ESTUDO CLÍNICO MOSTRA QUE DOSES SEMANAIS DE VITAMINA A MELHORAM A INTERAÇÃO SOCIAL EM CRIANÇAS COM AUTISMO

A vitamina A é essencial para o funcionamento de vários sistemas do corpo humano. Agora, a ciência avança para investigar mais a fundo seus efeitos no cérebro, no sistema gastrointestinal e no sistema imunológico de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista

Um estudo com mais de 1.500 crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) revelou que a suplementação com palmitato de retinol — uma forma de vitamina A — pode melhorar significativamente a interação social e a comunicação em crianças com deficiência dessa vitamina. Além de atuar no desenvolvimento neurológico, a vitamina A também desempenha um papel importante no sistema imunológico, podendo ajudar no combate a infecções subclínicas por vírus, que podem agravar os sintomas do autismo.

A vitamina A é essencial para a sinalização do ácido retinóico, um composto que regula genes envolvidos na conectividade neural e na liberação de oxitocina, hormônio fundamental para a socialização. Estudos indicam que crianças com TEA apresentam níveis reduzidos de vitamina A, o que pode comprometer essas funções cerebrais.

Além disso, infecções virais subclínicas, comuns em parte das crianças com autismo, podem intensificar a inflamação do sistema nervoso. O palmitato de retinol ajuda a regular a resposta imunológica e reduzir a neuroinflamação, potencialmente melhorando comportamentos sociais e cognitivos.

Resultados promissores em estudos clínicos:

Um ensaio clínico com 138 crianças com TEA e deficiência de vitamina A mostrou que a suplementação semanal com 25.000 UI de palmitato de retinol trouxe benefícios expressivos:

▪️Aumento dos níveis de vitamina A no sangue (+0,52 µmol/L, p < 0.01);

▪️Melhora na interação social, com redução de 18,7 pontos na Escala de Responsividade Social (SRS);

▪️Aumento na secreção de ocitocina, (hormônio associado ao vínculo social) (+32,4 pg/mL, p = 0.003).

A resposta foi mais evidente em meninos, que apresentaram um ganho 23% maior na comunicação social.

Embora a vitamina A seja essencial, doses excessivas podem causar efeitos adversos, como sobrecarga hepática e sintomas neurológicos.
Eu recomendo um monitoramento cuidadoso para garantir a segurança do tratamento.

A deficiência de vitamina A pode estar diretamente relacionada à severidade dos sintomas do autismo, e sua suplementação adequada pode representar uma abordagem complementar promissora.

FONTE: DRA. TIELLE MACHADO – MÉDICA ESPECIALISTA EM TEA e TDAH

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