PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Autismo é doença?

O Transtorno do Espectro Autista não é considerado doença, mas uma condição neurológica ou transtorno do neurodesenvolvimento que implica alteração no funcionamento do cérebro. 

Como é feito o diagnóstico?

Não existe um exame médico para diagnóstico de autismo. Profissionais como neurologistas e psiquiatras devem fazer uma avaliação neuropsicológica para produção do laudo médico.

A avaliação costuma contar com sessões com o paciente e pessoas próximas, como pais e companheiros. Por provocar comorbidades de transtornos psiquiátricos – como ansiedade e depressão – e distúrbios alimentares e do sono, o autismo pode ser de difícil diagnóstico.

 Diagnóstico tardio?

O diagnóstico em adultos pode ser mais difícil pela possibilidade de as pessoas aprenderem a conviver com as características do autismo e a disfarçá-las.

A partir de quando o diagnóstico pode ser feito?

De acordo com o médico psiquiatra Francisco Assumpção, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), deve-se fazer um acompanhamento da criança a partir de suspeitas até que possa ser estabelecido o diagnóstico, geralmente por volta dos 3 a 4 anos de vida.

Para o psiquiatra infantil clínico, o processo de diagnóstico é contínuo não se fazendo embasado em uma avaliação única de sintomas, mas dependendo da colheita de informações ao longo do tempo para que se possam compreender os múltiplos aspectos dos problemas apresentados, bem como as variações na adaptação e desenvolvimento que se revelam em diferentes ocasiões e em diferentes contextos.

O diagnóstico é importante?

Quanto mais cedo o diagnóstico é feito, mais cedo será iniciado o tratamento. Não há cura para autismo porque não é doença, mas o tratamento vai ser muito importante para reduzir os prejuízos para a vida daquele paciente. O objetivo é dar repertório de habilidades e construir autonomia e independência.

Quais os níveis de autismo?

O médico psiquiatra Francisco Assumpção destaca a classificação em três níveis:

Nível 3: Déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal; prejuízos graves de funcionamento; grande limitação em dar início a interações sociais e resposta mínima a aberturas sociais que partem dos outros.

Nível 2: Déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal; prejuízos sociais aparentes mesmo na presença de apoio; limitação em dar início a interações sociais e resposta reduzida ou anormal a aberturas sociais que partem de outros.

Nível 1: Na ausência de apoio, déficits na comunicação social que causam prejuízos notáveis; dificuldade para iniciar interações sociais; respostas atípicas ou sem sucesso a aberturas sociais dos outros; interesse reduzido por interações sociais.

 O que causa o autismo?

Não é possível adquirir autismo ao longo da vida, a pessoa nasce com autismo, representado fortemente por uma carga genética que pode ou não ser hereditária e se manifesta nos primeiros anos de vida.

Algumas pessoas apresentam a combinação de genes do austismo, mas não desenvolvem o transtorno. A psicóloga Yngrid Gomes explica que há fatores genéticos e ambientais. “Quanto aos primeiros, alterações ocorridas na fase de desenvolvimento embrionário dos autistas podem modificar a arquitetura dos circuitos que ligam os neurônios envolvidos na linguagem e nas interações sociais”.

Os fatores ambientais estão relacionados ao ambiente intraulterino. Questões como estresse, sobrepeso, diabetes gestacional e hipertensão durante a gravidez são alguns fatores de risco. 

Quais são os sinais de alerta?

Falta de contato visual, seletividade alimentar, isolamento social, andar na ponta dos pés, gestos repetitivos, enfileirar ou empilhar objetos, ausência de fala, alterações sensoriais (resistência com texturas ou toque físico de beijos e abraços), incômodo com luz e barulho, resistência com mudanças de rotina são alguns dos possíveis sinais. 

Como é o tratamento?

Como o transtorno do espectro autista atinge vários aspectos do desenvolvimento, o ideal é que o tratamento seja realizado por uma equipe multidisciplinar composta por psicólogo, psiquiatra, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista, fisioterapeuta, entre outros.

As recomendações são individuais, então cada caso é analisado isoladamente para que seja montado um plano de intervenção que corresponda às necessidades de cada paciente.

 

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