UNIVERSIDADES ESTADUAIS REALIZAM ESTUDO SOBRE AUTISMO EM INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO

As universidades estaduais do Paraná desenvolvem um estudo inédito sobre o autismo nas instituições de educação infantil, ensino fundamental, médio e superior do Paraná. A pesquisa é realizada pela Rede de Estudos sobre Autismo, formada pelas sete instituições, e busca identificar e caracterizar a população de estudantes de todos os níveis de ensino com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O objetivo é contribuir para a apresentação de políticas públicas que proporcionem o suporte adequado.

O projeto é desenvolvido pelo Núcleo de Estudos, Pesquisas e Ações da Diversidade Educacional (Neade) existente nas universidades estaduais, com apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), por meio do Fundo Paraná. O Neade/TEA é formado por 14 bolsistas, sendo sete professores e sete estudantes vinculados aos cursos de Pedagogia, Psicologia, Letras e Educação Física.

A pesquisa iniciou em novembro de 2022 e a previsão é que a primeira etapa seja concluída neste ano. Ela começa pelo mapeamento da população identificada com TEA nas redes pública e particular, além das universidades estaduais, com investimento de R$ 712 mil. A coordenação do projeto publicará um e-book com todo o material produzido pelos pesquisadores.

Universidades estaduais desenvolvem estudo sobre o autismo nas instituições de educação de todos os níveis

O Neade já levantou dados primários em registros nos sistemas disponibilizados pela Secretaria estadual de Educação (Seed), por meio dos 32 Núcleos Regionais. Foram mapeadas 3.307 instituições localizadas em 394 municípios paranaenses. São dados de 256 escolas de educação infantil (públicas e privadas), 1.815 escolas do ensino fundamental (1.429 públicas e 386 privadas) e 1.236 escolas estaduais de ensino médio.

Os dados foram identificados em estudantes com idades que variam entre um e 41 anos, considerando o ensino médio profissional. A amostragem envolveu informações do período de 2019 até 2023. O grupo Nead/TEA está fazendo a tabulação e análise das informações e, por isso, os números podem mudar até o final da pesquisa.

Na educação básica, a declaração de que possui o Transtorno do Espectro Autista deve ser feita no momento de matrícula do aluno, por meio de um formulário e critérios estabelecidos pela instituição de ensino. Nas instituições de ensino superior é possível ao estudante realizar a autodeclaração da pessoa no TEA. Cada uma das universidades estaduais tem um setor para receber e acolher os estudantes com alguma condição ou transtorno e verificar quais são as necessidades para o suporte ao aprendizado.

“Esse mapeamento e identificação é essencial para o desenvolvimento das próximas etapas do estudo. Precisamos reunir dados reais e confiáveis para produzir o conhecimento necessário que possa contribuir para que os estudantes recebam apoio e acolhimento e tenham condições para desenvolver os estudos”, explica a coordenadora geral do projeto, Rosangela Trabuco, da Unespar.

Além disso, as universidades estaduais de Londrina (UEL), de Maringá (UEM), de Ponta Grossa (UEPG), do Oeste do Paraná (Unioeste), do Centro-Oeste (Unicentro), do Norte do Paraná (Uenp) e do Paraná (Unespar) também separaram espaços físicos e equipamentos para receber a comunidade acadêmica para orientações e explicações sobre o TEA

CENSO – De acordo com o censo escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), entre 2017 e 2021 aumentou em 280% (de 77 mil para 300 mil) o número de estudantes diagnosticados com TEA nos ensinos infantil, fundamental ou médio. Na educação superior, de acordo com os dados do Censo/INEP, pessoas identificadas com TEA estão no grupo Transtornos Globais do Desenvolvimento, que teve um aumento de 4.018 para 6.063 entre 2021 e 2022.

CONDIÇÃO – O Transtorno do Espectro Autista é um distúrbio do neurodesenvolvimento. A condição demanda metodologias de aprendizagem específicas, que variam de pessoa para pessoa. Existe a necessidade de fazer adaptações para estudantes TEA que tenham alguma diferença na forma de aprendizagem, seja na linguagem oral, escrita, no contato visual entre outras situações.

 

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