O deputado Alisson Wandscheer, líder do Bloco Parlamentar da Neurodiversidade, protocolou na Assembleia Legislativa (ALEP) projeto de lei com potencial de transformar o Paraná no primeiro estado do Brasil com destinos turísticos inclusivos para pessoas com o Transtorno do Espectro Autista.
A proposta é uma das contribuições do deputado para o Código do Autismo do Paraná, legislação em construção na ALEP que dará diretrizes para todas as ações desenvolvidas no Estado para o público com TEA. A partir da aprovação do texto, as leis, políticas públicas e programas de governo, além das iniciativas da sociedade civil organizada e do setor privado deverão seguir as orientações do Código.
Segundo o projeto, os estabelecimentos comercias, hotéis, pousadas, restaurantes, bares, teatros e áreas turísticas que capacitarem seus colaboradores para atendimento e inclusão deste público serão certificados com o Selo de Destino Inclusivo para Autistas.
Entre as condições previstas na proposta legislativa, além da capacitação, estão a criação de salas de dessensibilização ou local para aliviar estímulos do transtorno; materiais para auxiliar o planejamento da visita, banheiro familiar para que o autista possa utilizá-lo acompanhado de pessoa da família ou cuidador; placas de atendimento e vagas de estacionamento prioritários com o símbolo mundial do autismo; identificação de funcionários aptos ao acolhimento. O PL determina ainda que pontos turísticos, além de hotéis ou similares, com áreas de muitos estímulos de som alto deverão afixar placa informativa na entrada e fornecer abafador de ruídos para a pessoa com TEA.
Wandscheer conta que o projeto foi inspirado na Ilha do Mel, a primeira ilha inclusiva para pessoas autistas do Brasil. “A ideia nasceu do trabalho desenvolvido pela Associação Brasileira de Ilhas Turísticas (ABITUR), Ico Project, Onda Autista, com empresários locais e apoio do Governo do Estado e Prefeitura de Paranaguá. Lá, 58 receptivos receberam o Selo de Empresa Amiga da Pessoa Autista, após empresários e colaboradores participarem de cursos, mentorias e adaptações necessárias para acolher pessoas com TEA”, explica.
Pai de um menino autista, o deputado Alisson Wandscheer destaca o ganho social do PL. “Demonstra o respeito do Paraná com as pessoas dentro do Transtorno do Espectro Autista, seus familiares e todos do PCDs. Abre as portas da inclusão em setores pouco explorados por essas pessoas, possibilita novas experiências de vida, recreação, lazer, viagens e socialização. É direito respeitado e empatia”, disse.
O deputado aponta também o ganho econômico e a visibilidade que a identificação como primeiro estado do país com destinos turísticos inclusivos dará ao Paraná. “Para os setores de comércio, serviço e turismo traz ganhos financeiros significativos ao se preparar para atender uma demanda reprimida e receber um público que deseja, mas não encontra condições de usufruir destes serviços”, disse. Segundo dados apresentados pelo presidente da ABITUR, Rafael Gutierrez, as famílias atípicas recebem muito bem a experiência e retornam muitas vezes, aumentando em até 60% o movimento desses locais.
Para Wandscheer, o potencial é imenso. “Todos ganham. Governo estadual, prefeituras, companhias aéreas, agências de turismo, locais de entretenimento, atrações turísticas, hotéis, resorts, pousadas, pequenos comerciantes. Novos empregos serão gerados na cadeia do turismo que impacta em mais de 50 setores”, concluiu.
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